OBJETIVO: Avaliar o padrão de invasão na interface tumor-hospedeiro com alguns parâmetros que caracterizam a lesão primária com a intenção de caracterizar essa informação como fator influente na adequação terapêutica de pacientes com lesões iniciais na laringe. MÉTODOS: Análise retrospectiva das fichas médicas e revisão histológica dos blocos dos espécimes cirúrgicos de 49 pacientes portadores de carcinoma epidermóide inicial da laringe (T1 e T2), tratados no Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Complexo Hospitalar Heliópolis - SP, entre 1977 e 1997. O padrão da invasão da neoplasia no tecido subjacente foi definido no ponto de invasão tumoral (critério de Bryne) em quatro categorias (padrão de 1 a 4), e a avaliação estatística descritiva das variáveis (macroscopia T, N, necrose tumoral e padrão de invasão) foi feita para a associação das mesmas, através dos testes de hipóteses do Qui-quadrado e para as freqüências com Teste Exato de Fisher, com 95% de significância. RESULTADOS: A relação do padrão de invasão e da microscopia demonstrou, para as lesões infitrativas, dez casos (41,6%), no padrão 1, oito (33,3%) no padrão 2 e seis (25,0%) no padrão 3. Para as lesões vegetantes, seis (24,0%) padrão 1, 15 (60,0%) padrão 2 e nove (16,0%) padrão 3. Quanto à região anatômica, para a glote tivemos dez (29,4%) padrão 1, 17 (50,0%) padrão 2 e sete (20,6%) padrão 3. Para a supraglote, seis (40,0%) padrão 1, seis (40,0%) padrão 2 e dez (23,3%) padrão 3. Para N+ , quatro (66,7%) padrão 1 e dois (33,3%) padrão 2. Para a necrose tumoral, quando ausente, tivemos 13 (31,7%) padrão 1, 19 (46,3%) padrão 2 e nove (21,9%) padrão 3. Quando presente, três (37,5%) padrão 1, quatro (50,0%) padrão 2 e um (12,5%) padrão 3. Finalmente, o prognóstico não tem qualquer relação com o padrão de invasão, sendo nos pacientes vivos, 14 (87,5%) padrão 1, 16 (72,5%) padrão 2 e sete (70,0%) padrão 3. CONCLUSÃO: A diversidade dos resultados e a não confirmação estatística impõem a necessidade de se desenvolver estudos prospectivos, com maior série de casos, para conclusões mais confiáveis em relação ao padrão de invasão em lesões classificadas como iniciais, inclusive utilizando-se tumores primários de outras localizações.
BACKGROUND: Our objective is to evaluate the invasion pattern (ip) of the initial laryngeal tumours with some parameters that characterize the primary lesion, as an important factor of therapeutic response. METHODS: This is a retrospective analysis of medical records and histology blocks of surgical specimens of 49 patients with carcinoma epidermoid of the larynx (T1 and T2), treated in the Head and Neck Surgery Service from Heliópolis Hospital - SP, between 1977 and 1997. The tumour interface invasion pattern was defined as tumoral invasion point (Bryne criterion) through 4 categories (1 to 4 pattern), and the descriptive statistical evaluation of variables (macroscopy, T, N, tumoral necrosis and invasion pattern) was perfomed through their association, using the K Square Text, and for frequencies, the Exact Fisher Text (95% of Interval Confidence). RESULTS: The invasion pattern (ip) and the macroscopic relation showed for infiltratives lesions, ip 1 in 10 cases (41,6%),ip 2 in 8 cases (24,0%) and ip, 3 in 6 cases (25,0%). For exophytic lesions, 6(24,0%) for ip 1, 15(60,0%) for ip 2 and 9(16,0%) for ip 3. For anatomic region, for glottis 10(29,4%) for ip 1, 17(50,0%) for ip 1,6(40,0%) for ip 2 and 3(20,0%) for ip 3. For N0, 12(27,9%) i.p. 1, 21(48,8%) i.p. 2. For the absence tumoral necrosis, 13(31,7%) ip 1,19(46,3%) ip 2 and 9(21,9%) ip 3; when diagnosed, 3(37,5%) for ip 1, 4(50%) for ip 2 and 1(12,5%) for ip 3. Finally, in this material, no relation was stablished between ip and survival (for patients alive, 14(87,5%) for ip 1, 16(72,5%) for ip 2 and 7(70,0%) for ip 3. CONCLUSION: Our results showed a diversity of results and imposes the need for prospective studies, with larger number of cases to establish invasion pattern in lesions classified as initials, besides using primary tumours of other locations.